31.5.08

Dia Mundial Sem Tabaco?

Nesta altura do campeonato?

Não se arranja, pelo menos, um
Meio Dia Mundial Com Tabaco?

68 - Música de outras paragens

França, certamente, mas não só.

Agora que Maio acaba, outros sons que ficaram também no meu imaginário.



boomp3.com

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30.5.08

A esquerda unida? (2)


















Pedem-me que explicite a minha posição depois do anúncio um tanto ambíguo que fiz da festa-comício, anunciada por vários movimentos de esquerda para o próximo dia 3 de Junho.

Não me move qualquer esperança salvífica quanto à eficácia de frentismos deste tipo. «Todos ao molho e fé em Deus» não leva geralmente a nada de útil. Por outro lado, mesmo que os organizadores declarem cem vezes que não têm nenhuma outra intenção que não seja festejar Abril e Maio, não dá para acreditar que assim seja. Tudo leva a crer que se trata de um ensaio para 2009 (e não vem daí nenhum mal ao mundo), mas de um ensaio inexplicavelmente medroso: não o fosse e teria sido reservada uma sala com capacidade bem maior do que a do Trindade.

Dito isto, vejo algumas virtualidades no momento e na fórmula que foram escolhidos para uma afirmação pública de protesto e, sobretudo, julgo que ela cola bem ao ADN de uma certa vivência de esquerda – que em tempos foi apelidada de «festiva» –, que todas estas forças têm como denominador comum. Digo-o sem qualquer carga negativa, até porque, apesar de todas as minhas reticências, é com algumas delas que tenho actualmente as únicas afinidades e solidariedades possíveis, em termos públicos e colectivos.

Resumindo: nunca subscreveria o documento associado à iniciativa, mas estou a pensar ir ao Trindade.

Com outros compagnons de route, mais próximos, tão utópicos como eu, e portanto também tão permanentemente insatisfeitos, terei sempre uma cumplicidade maior – mesmo que reduzida a encontros de amigos e, também e cada vez mais, a certas paragens na blogosfera. O que já é excelente.

Maio de 68 - «Continuons le combat!»

Mesmo no fim:

Manifestação a favor de De Gaulle: um milhão nas ruas de Paris

Um artigo de Jean-Daniel no NO: La grande peur





E como também já estava guardada para o último dia:
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29.5.08

A esquerda unida?

Isto está a animar...
Por iniciativa do Bloco, ao que parece, vão reunir-se alegristas, renovadores, pintassilguistas e outros que tais. Documento e assinaturas aqui.

«Whatever will be, will be»

PSD - Last round

Não tendo realmente nada a ver com aqueles senhores candidatos do PSD, julguei que ia assistir, displicentemente, a uma troca de galhardetes.

Quando dei por mim, estava a tomar partido, alternadamente, contra todos. Ou quase todos: porque, surpresa das surpresas para mim própria, a minha simpatia por Manuela Ferreira Leite foi crescendo. Porque é mulher? Porque é a minha geração? Não, porque era a única que sabia do que estava a falar e, sobretudo, porque só ela me pareceu um ser humano absolutamente normal no meio de três estonteados.

P.S.– Tentei aceder agora ao site do PSD, à procura de uma fotografia. Obtive como resposta: «Em manutenção. As nossas desculpas». Bem me parecia.
Fui buscar uma ao
Abrupto...

28.5.08

28 de Maio - «Revolução Nacional» de 1926

Quando uns tantos parecem ter saudades, é bom não esquecer – a mensagem e também a voz.

No 10º aniversário (1936)
- no mês em que foi criada a Mocidade Portuguesa
- menos de dois meses antes do início da Guerra Civil de Espanha




No 40º aniversário (1966)
Para assistir às celebrações, em Braga, Salazar, então com 77 anos, viajou pela primeira vez de avião até ao Porto – entre os outros passageiros, acompanhado pela governanta.

Quase no fim do discurso que então proferiu, deixou o país suspenso com a seguinte frase:
«Eis um belo momento para pôr ponto nos trinta e oito anos que levo feitos de amargura no Governo».
Mas continuou: «Só não me permito a mim próprio nem o gesto nem o propósito, porque, no estado de desvairo em que se encontra o mundo, tal acto seria tido como seguro sinal de alteração da política seguida em defesa da integridade da pátria».

27.5.08

Na Feira do Livro

Quando a imaginação ajuda - um excelente anúncio da Angelus Novus.

«Bloggers» e blogues

Se conhece o blogger, encontrará o blogue.

Rabiscos

O Pedro Vieira (Irmão Lúcia) convida «amigos, conhecidos e outros azarados»:


Texto que acompanha o convite, recebido por mail:

«mais uma vez preparo-me para rabiscar e pôr na parede. desta vez a iniciativa decorre em terreno caseiro, ou seja, na almedina do atrium saldanha. o que vale é que estas iniciativas não implicam conselhos de arbitragem nem troféus em folha-flandres senão lá teria de chover uma charivari de críticas, como diz o rui "prémio nobel da literatura" santos.
pois bem, desta vez parti dos crimes exemplares do max aub (tradução portuguesa na antígona) e adaptei graficamente oito dos seus microcontos. o resultado em forma de micro-exposição estará à vista a partir de dia 3 de junho, espero que visitem o certame [ui, o que eu me pelava para usar esta palavra, pelo menos desde que se inaugurou a exponor] e que gostem do resultado. afinal de contas um pouco de horror gore nunca fez mal a ninguém, excepto a um ou outro cadíaco. ou a alguém que tenha acabado de almoçar um cozido, vá. na verdade o meu registo rabiscado até é bem mais doce que o conteúdo do livro. esse sim, é barra pesada. o que eu vou mostrar até acaba por ser light, o que faz com que esta seja a primeira exposição L casei imunitass e bifidus activos ou lá o que é.»

Maio de 68 - Quase no fim



Um artigo num número do NO de Maio de 68: Les communistes devant l’énigme étudiante.

Um vídeo: «Acordo» entre Georges Pompidou e sindicatos.

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26.5.08

Um belo dilema

«estando em espanha, posso abastecer na galp porque ajudo a economia portuguesa ou também tenho que fazer boicote?»

Luís ou João, respondam lá ao João Gaspar!

Crenças e fezadas













Num recente almoço de amigos, Francisco Fanhais disse a alguém que explicava, com argumentos perfeitamente absurdos, por que razões tinha «perdido a fé» e depois a reencontrara: «Cuidado porque isso não é fé, é fezada». Eu diria o mesmo a João César das Neves, se o conhecesse.

Sob o título «A fragilidade de uma crença», lêem-se, no DN de hoje, afirmações inacreditáveis sobre fé, agnosticismo e ateísmo.

Cito algumas, quase ao acaso, tantas são as que poderia escolher:

«Ignorar a possibilidade de Deus é como desinteressar-se da existência do pai, benfeitor ou patrão, senhorio ou polícia. E se Ele aparece? (...)

A resposta ateia tem de ser que o acaso de milhões de anos conduziu de uma explosão ao sorriso da minha filha. (...)

Como podem meros atómos de carbono, aglomerados em aminoácidos e evoluindo pela selecção natural, gritar que salário digno é valor universal?»

Comentários para quê. Há quem se divirta fazendo troça de João César das Neves. Não é o meu caso porque não lhe acho a mínima graça.

Alguns leitores deste blogue lamentam que eu critique tantas vezes o Vaticano e o papa e sugerem-me que fale de cristianismo. Espero que me concedam que este senhor, ao escrever tais barbaridades sobre fé ou ausência dela, ofende bem mais os cristãos do que aqueles que, como eu, se consideram ateus mas procuram não perder um mínimo de racionalidade - e de respeito pela inteligência dos outros, já agora.

25.5.08

Queridos futebóis











Anunciam-se excelentes semanas, com tempo para pensar e viver. Sem telejornais e com poucas horas gastas a ler papelada. Sabe-se quase tudo à partida – que alguém irá mandar no PSD (basta voltar ao assunto dentro de dias para ver o resultado do match), que uns tantos irão arrecadando glórias num outro campeonato mais musculado (e, desse, iremos ouvindo o que se passa enquanto tomamos a bica).

Nuno Brederode dos Santos, hoje no DN:

«Estas Primaveras dos anos pares obrigam-nos a reagir e a ponderar sair de casa e ir ter com os amigos. Não porque vento e chuva sejam privilégio dos anos ímpares. Mas porque, nos pares, chega um qualquer campeonato (ora europeu, ora mundial) em que o futebol toma conta da vida colectiva e pouca margem deixa para patetices intimistas. Nem é, em bom rigor, o futebol. São misteriosas adjacências, disciplinas conexas que a televisão e a imprensa cultivam com o desvelo e a minúcia com que um amigo meu derrama a alma num jardim de espécies exóticas em versão "bonsai".

É eu ter de saber que, no hotel do estágio, a ementa de hoje foi canja de galinha e carne à jardineira (e o cozinheiro já vai explicar porquê), mas também que o craque A, afectado por uma ligeira indisposição, comeu pescada. Quanto ao B, que é naturalizado, foi-lhe concedido viajar hoje até S. Luís do Maranhão, onde o pai será operado a uma hérnia (o mau canal por aqui se fica, mas o bom vai ao local ouvir coronéis, jagunços e ameríndios sobre a popularidade e gentileza da família do craque). É a irmã do craque C , que veio a Viseu, grávida de séculos, e pariu com estrondo à beira da hora do treino - e o doutor, que é ginecologista, vive os seus cinco minutos de glória a sossegar a nação. É o pequeno Marturis que continua a vestir a camisola do Figo, mas já lê Camilo Pessanha graças à bolsa de um banco nacional. E a namorada do médio D, que admite vir a ter muitos filhos, mas só depois de fazer carreira em Hollywood.
(...)
Tenho uma alternativa secreta: as primárias do PSD. Que têm sido a única manobra de diversão capaz de nos manter o nariz à tona na inundação do europeu de futebol. Falando só pela noite de terça-feira (Menezes na TVI e Santana Lopes na SIC), por irrespirável que a atmosfera estivesse (sobretudo com Menezes), valeu a pena. Só choveu no PSD e eu fui dormir enxuto».