19.4.17

Não em nosso nome, senhor presidente



Leia esta carta aberta, escrita a propósito das declarações do presidente da República em Gorée, e assinaturas, na mesma.


«Declarou Marcelo Rebelo de Sousa que Portugal aboliu a escravatura "pela mão do marquês de Pombal, em 1761," e que "essa decisão do poder político português foi um reconhecimento da dignidade do homem, do respeito por um estatuto correspondente a essa dignidade". Esta visão idealista e excecionalista do legado colonial da história portuguesa, assente num alegado pioneirismo humanista, foi sendo construída ao longo do século XIX e popularizada durante o Estado Novo. Serviu como ferramenta retórica que permitiu mobilizar a opinião pública nacional a favor do projeto imperial que começou a desenhar-se em fins do século XIX e, por outro lado, responder aos ataques de potências rivais ou de instituições internacionais como a ONU, quando, a partir dos anos 50, o colonialismo passou a ser rejeitado como modelo de desenvolvimento económico, social e cultural.»

E, a propósito:

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