18.8.17

18.08.1975 – Vasco Gonçalves em Almada



Eu já publique mais de uma versão deste texto, mas regresso ao mesmo, já que foi um marco que os mais novos nunca entenderão, mas que aqueles que viram e/ou ouviram nunca vão esquecer.

Há 42 anos, Vasco Gonçalves fez em Almada, com 15.000 pessoas presentes, um discurso que durou uma hora e meia e que foi transmitido em directo pela RTP (texto, na íntegra, aqui) e que seria o princípio do fim de muitas coisas e o ponto de partida inevitável para muitas outras. Um discurso dramático que acabou com Vasco Gonçalves lavado em lágrimas.

Uma curtíssima amostra:



Dramática foi também a carta que Otelo lhe escreveu 24 horas depois: «Percorremos juntos e com muita amizade um curto-longo caminho da nossa História. Agora companheiro, separamo-nos. Julgo estar dentro da realidade correcta deste País ao assim proceder. (...) Peço-lhe que descanse, repouse, serene, medite e leia. Bem necessita de um repouso muito prolongado e bem merecido pelo que esta maratona da Revolução de si exigiu até hoje. Pelo seu patriotismo, a sua abnegação, o seu espírito de sacrifício e de revolucionário.»

O V Governo Provisório, que tomara posse dez dias antes, tinha as semanas contadas e não houve muralha de aço que lhe valesse. A 19 de Setembro, Pinheiro de Azevedo assumiria as rédeas do VI. O 25 de Novembro estava à vista. 
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