24.3.18

Ilha Jeju



É a maior ilha da Coreia do Sul, situada no Estreito da Coreia, tem um estatuto de «província especial autónoma» e uma população de cerca de 600.000 habitantes. É em Jeju que se encontra o ponto mais alto do país: o Hallasan, um vulcão inactivo a 1.950 metros de altitude. Vive-se sobretudo do turismo e do cultivo de fruta (a laranja é rainha), o salário mínimo é 1.100 US $, mas dizem-me que é pouco para o nível geral dos preços.

Há muito para ver (e eu não vi as praias paradisíacas, embora acredite que existem...), mas destaco um excelente Museu de Folclore e História Natural, a célebre pedra Yong Du-am em forma de cabeça de dragão (na imagem deste «post»), de visita obrigatória; e, inevitavelmente como em cidade asiática que se preze, um belo mercado.

Amanhã… será Seul.







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23.3.18

Busan?



Podemos continuar escandalizados porque não europeus desconhecem cidades que consideramos importantes, mas é bom que nos habituemos a saber da existência de alguns dos novos centros do mundo.

É o caso de Busan, segunda cidade da Coreia do Sul, que já foi capital do país durante alguns anos durante a terrível Guerra da Coreia e que tem hoje 3,5 milhões de habitantes, um porto gigantesco (o 9º do mundo em termos de movimento e o 1º em número de contentores transaccionados), uma situação geoestratégica invejável no Sudeste da parte continental e um desenvolvimento turístico importante (sem tuc tucs…)

Percorri a cidade, vi muitas coisas, fui a um museu, mas realço o enorme Mercado do Peixe, onde se pode comprar um sem número de variedades do dito cujo e de marisco, mortas ou de preferência vivas, e levá-las para casa ou a um restaurante situado no andar de cima do Mercado, que o cozinhará imediatamente para o almoço.

Outros mundos, outras vidas… Está Sol, o mar acalmou e ficarei pela Coreia mais uns dias. Portugal está mesmo muito longe.

22.3.18

Nagasaki



A caminho da Coreia, Nagasaki fica tão perto que torna inevitável uma paragem. Se não é a primeira vez que aqui venho, foi com prazer que voltei a percorrer o mítico Parque da Paz (na imagem de topo, a belíssima Fonte da Paz) e que aproveitei para ir ao Museu da Bomba Atómica, que não conhecia, e a Dejima, uma ilha artificial que começou por alojar portugueses, mas que foi fundamentalmente aproveitada por holandeses como centro de comércio entre o Japão e o resto do mundo, durante séculos.

Amanhã, Coreia – do Sul, claro.


PARQUE DA PAZ:




MUSEU DA BOMBA ATÓMICA (relógio parado às 11:00am de 09.08.1945):


DEJIMA:


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21.3.18

Taipé (II)



Chiang Kai-shek é uma figura incontornável na História de Taiwan. Depois de longos anos de lutas e poderes, acaba por ser eleito presidente da República da China pelo parlamento em 1948 (posto que ocupava provisoriamente há cinco anos), tem um «reinado» de curta duração, acaba por se demitir em Janeiro de 1949 e por assistir à fundação da República Popular da China em 1 de Outubro do mesmo ano. Parte então para Taipé, declarada capital da República da China, da qual assume a presidência até morrer. Será seguido por dois milhões de pessoas, que deixam o continente e se instalam em Taiwan que assim viu a sua população crescer quase 40%. Até ao final dos anos 70, foram muitos os países que reconheceram Taiwan, mas até os EUA deixaram de o fazer em 1978. Actualmente, apenas 22 e a Santa Sé mantêm relações diplomáticas.

A presença de Chiang Kai-shek está perpetuada em Taipé por um Memorial erguido em honra do ex-presidente depois da sua morte em 1975. Local importante da cidade, foi inaugurado em 1980 e está inserido num grande parque com vários edifícios de estilos diferentes. O espaço tornou-se entretanto palco habitual de concentrações a favor da democracia e passou a ser designado como «Praça da Liberdade» desde 2007. 

20.3.18

Taipé (I)



Gostei desta cidade onde ainda estou. Capital de Taiwan desde 1894, tem quase 3 milhões de habitantes (7 se considerarmos a área metropolitana), um ar relativamente organizado, avenidas centrais cuidadas e floridas. É pena não ter chegado à fala com quem por aqui vive, a não ser com um patusco guia chinês convencido de que sabe falar espanhol e que acabou por rechear a visita de momentos hilariantes: não distinguia «dinastia» de «artisania» (a «artisania» Ming deve ter sido de facto importante…), entre «quilos» e «quilómetros» parecia não haver para ele grande diferença mas lá se ia interpretando, tendo-nos levado algum tempo a entender do que falava quando começou a dissertar sobre «puta» ao pensar em «buda».

Falarei de novo de Taipé e da sua história, limito-me hoje a tentar mostrar o belo TEMPLO DE LUNGSHAN, construído entre 1738 e 1740 por colonos da China. Destruído, total ou parcialmente, por terramotos, incêndios e tufões, bombardeado pelos americanos durante a II Guerra Mundial, foi sendo sempre reconstruído logo que possível e é hoje um importante centro de culto de budismo e de taoismo.





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19.3.18

Pelo mar da China Oriental



Entre Hong Kong e Taipé, hoje foi este o meu «posto de trabalho» durante uma hora ou duas, apenas com mar à volta e à vista.

Foi já com alguma distância e estranheza que segui alguns «dramas» em aberto quando daí saí e passei rapidamente para o que me espera amanhã: a ilha a que os portugueses deram o nome de Formosa quando a avistaram em 1542, ocupada por japoneses durante meio século, refúgio do governo de Chiang Kai-Shek quando foi derrotado por Mao, parte principal de um território que nunca deixou de tentar ser reconhecido como Estado autónomo para todo o sempre, mas actualmente com pouca convicção e ainda com menos esperança.

Por aqui está a anoitecer, amanhã vou a terra e depois conto como foi.
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18.3.18

Bye, bye, Hong Kong…



Apesar de ter visto hoje mais uma parte da cidade, nem uns budas brincalhões conseguiram vencer-me e convencer-me a dela gostar… AS toneladas de betão dos milhares de torres desarrumadas e feiosas, os viadutos por tudo quanto é lado, o céu de chumbo, o trânsito mais do que engarrafado, as descrições de uma terra que tudo importa porque aquilo que fazia emigrou para a «China», o desprezo que ouvi à única pessoa com quem tentei falar da revolta dos chapéus-de-chuva (aqui tudo é perfeito…), não me dão qualquer desejo de um dia passar de novo por cá.

Já estou num barco (e ele já anda), amanhã e dia de mar e só mar à vista e vou ler umas coisas sobre Taiwan, já que a minha ignorância é enorme e vou lá estar depois de amanhã.

(E, se estiver para aí virada, talvez tente saber o que se passa pela pátria.).



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